Autora da resenha: Pâmela Rodler
📘 Referência do Livro
🧠 Introdução à Obra
Neste livro, André Bacchi propõe uma reflexão necessária (e urgente) sobre os critérios que definem o que é ciência — e o que não é. É uma obra que se destaca por unir profundidade teórica e clareza, sendo indispensável para estudantes e profissionais da psicologia, saúde, educação e comunicação científica. Mais do que isso, é um livro que, pela relevância do tema e abordagem acessível, deveria ser leitura obrigatória desde o ensino médio.
📌 Principais Conceitos Abordados
Para quem estuda sobre a mente humana, um dos capítulos mais marcantes é, sem dúvida, “A armadilha do viés de confirmação”. Nele, o autor apresenta algumas das armadilhas cognitivas às quais estamos suscetíveis — e nos lembra que, mesmo conhecendo esses vieses, não somos imunes a eles.
💡 Pontos Fortes da Leitura
⚠️ Limitações
A leitura exige atenção e alguma familiaridade com termos filosóficos e epistemológicos. Porém, mesmo para quem está começando, o autor oferece explicações suficientes para uma boa compreensão.
🔎 Impacto Pessoal/Profissional
Este livro me proporcionou uma compreensão muito mais clara sobre o que é ciência, sua importância e o papel ético de quem compartilha conhecimento — seja nas redes sociais, na clínica ou em contextos educacionais. Reforçou minha convicção de que divulgar ciência vai muito além de citar estudos: é preciso compreender como o conhecimento é produzido, validado e contextualizado. Além disso, a didática do autor demonstra que é, sim, possível tornar saberes acadêmicos acessíveis a toda a população.
✅ Conclusão e Recomendação
Recomendo fortemente a leitura para estudantes e profissionais que desejam compreender melhor o que é ciência — e, principalmente, aprender a identificar o que constitui (ou não) uma evidência confiável. É uma obra que deveria estar presente desde o ensino médio e ser leitura essencial em qualquer formação em psicologia, saúde e educação.
📖 Citações Favoritas (é impossível escolher apenas uma)
“A ciência pode ser vista como um par de óculos que aprimora a nitidez da nossa visão da realidade, melhorando nossa capacidade de registrá-la e, até mesmo, de modificá-la com mais precisão.” — André Bacchi
“O raciocínio lógico, por si, não é capaz de gerar novas verdades, mas nos permite verificar a consistência e a coerência dos pensamentos e argumentos existentes. A lógica é aliada da Ciência porque é uma ferramenta importante para analisar e comunicar ideias, em especial, ideias científicas.” — André Bacchi
“O viés de confirmação tem um alto custo psicológico. Ele pode criar uma sensação ilusória de segurança e autoafirmação, fazendo com que nos sintamos mais confiantes em nossas crenças do que talvez deveríamos. Essa autoafirmação pode nos isolar em câmaras de eco, onde apenas vozes concordantes são ouvidas, diminuindo nossa resiliência psicológica ao enfrentar desafios ou críticas” — André Bacchi
“As evidências são, portanto, os mensageiros da realidade. Elas podem nos dizer coisas que não queremos ouvir e nos obrigar a tomar atitudes desconfortáveis, mas ainda assim estão apenas transmitindo uma mensagem que não deve ser ignorada, sob o risco de consequências piores.” — André Bacchi
“Um estudo ou experimento que ignora a ética, ignora também o compromisso com o método científico em si. Já está enviesado desde que é concebido. Como confiar nos dados relatados em uma pesquisa que não se preocupou com princípios éticos? Se não houve ética na escolha do tema ou na execução do estudo, qual é a garantia de haver ética na análise e interpretação desses dados?” — André Bacchi
“Enquanto a certeza (que não passa de um belo castelo de areia) traz, conforto e satisfação, abraçar a incerteza (a “constância das marés”) é quase insuportável, embora necessário.” — André Bacchi
“Em resumo, a Ciência pode ser vista como um empreendimento humilde e audacioso. É humilde porque reconhece seus próprios limites e a provisoriedade de suas conclusões; é audacioso porque busca sistematicamente desafiar e expandir esses limites. Essa dialética entre humildade e audácia, entre crença e questionamento, é o que mantém a Ciência em um caminho de autocorreção e crescimento, diferenciando-a de forma marcante da rigidez dogmática da religião ou da pseudociência.” — André Bacchi
Referência
Bacchi, André Demambre. Afinal, o que é ciência?:… e o que não é. São Paulo: Contexto, 2024.
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